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4 de janeiro de 2014

Vária - contos, narrativas & outros textos - II

na banza de 
s. paulo da assumpção de loanda

o ontem de hoje


em Fevereiro de 1575 a armada comandada por Novaes aproou à Barra da Corimba e os marujos vinham cansados da viagem, derreados pela luta contra as ondas, exaustos pelo içar e arrear de velas ao sabor de ventos e marés, que as viagens desse antigamente não eram cruzeiros de férias.

em Março esfregaram-se pela primeira vez nas areias da Ilha que por ora pertence a rei do Congo. não perceberam a riqueza que por ali se espraiava. mulheres, de cofus a tiracolo e vigiadas pelos fiscais de impostos do rei, catavam búzios à borda-d’água. e separavam-nos de acordo com os diferentes tamanhos e valores – reis, tostões, macutas, angolares, escudos, centavos, kwanzas e lweis. com este kumbú os angolas e os congos, os comerciantes e os amigos do alheiro, os descobridores e os encobridores, as zungueiras e os carcamanos, os chineses e os da tropa, negociavam tudo no Roque Santeiro –

cará, chá-de-caxinde e do Sambo, dendém, dinhungo, fijá ou xipoque, fuba, jimboa, jindungo, jinguba, mandioca, massambala, massango, quiabo, quicuanga, quicuerra e usse,

 atunduas, bananas, cocos, gajajas, loengos, maboques, mangas, mamões, mirangolos, múcuas, noxas, safus, sape-sapes, tabaibos e tamarindos,

água com sabor a limão e torresmo, bulunga, champanhe, caporroto, caxipembe, cuca, gúndi, cocacola, macau, maluvo, nocal, quimbombo, quissângua, quitoto, uísque sbell e do galo-selvagem famoso, vinho do porto e a martelo,

biquínis de fiodental, cuecas unissexo com a inscrição I can't get no satisfaction, fardas de sipaio e de soba, fatos pronto-a-vestir e a despir, panos da costa, do Congo e pano só, roupa de fardo e de marca e tixartes com a xipala do Elias Diá Kimuezu,

botas de montar, xanatos, noncacos, pisa-cocó, sapatos de luva e sapatilhas adidas, cabeleiras de carapinha loira e mamas postiças,

computadores com putas e sem putas incluídas dependente do pagamento a pronto ou a crédito, respectivamente, gravadores e leitores de dvd, pleissetêxanes, programas da microsoft e da maçã, televisores de plasma e aparelhagens de som quadrifónico,

cassetes do Minguito, cedês do Quim Barreiros e devedês do Harry Potter,

bandeiras e cachecóis das selecções, camisolas do Mantorras e do Figo,

camisas de Vénus, pensos rápidos e de tampax, papel higiénico de tripla-folha com sabor a manga coco e maracujá,

pau de Cabinda, banha da cobra contra as dores de cabeça mau-olhado e esquentamento,

livros do Lobo Antunes, do Mia Couto, do Luandino, do Saramago e do Pepetela,

bicicletas, triciclos, carros de rolamentos, trotinetas, automóveis artilhados e carros de fórmula 1, jipes, camiões de báscula, motas d’água, cadeirões com rodas para corridas de funcionários públicos sem mais nada que fazer, catrapilas, debulhadoras,

canhangulos, kalashes, carros de combate, bazucas, mona-kaxitos, canhões com recuo e sem recuo

 e outras bugigangas mais.

era lu uanda o tributo que se pagava ao rei do Congo por este quitandismo.

mas como se viu o Novaes não deu por nada nem sequer ligou ao nome, o jimbo, de gentio que soava. seguiu para terra mais firme e fundou uma colónia a que deu o nome de Vila de São Paulo. diz-se que era um louvor ao seu santo. cá para nós, que ele já não nos pode ouvir, aquilo era mas-é truque de aldraba. o que interessava mesmo era o Paulo, para que ficasse escarrapachado nos livros de História. porque o santo uafua e, mais tarde ou mais cedo, ficaria apenas vila e Paulo. isto era ele a pensar e se pensou, o seu amigo Salvador, o do liceu, melhor o emaranhou, acrescentando ao nome uns pozinhos.

dava pelo nome de Benevides, era um brasuca que se tornou governador afamado. foi incumbido de reconquistar a cidade aos holandeses, que lhe tinham cassumbulado tempos atrás.

gloriosamente cumprida a tarefa de resgate e já como príncipe da cidade, o Salvador resolveu mudar-lhe o nome. ah! é verdade, a vila do Paulo já era cidade desde 1605 e passou, então, a chamar-se Cidade de São Paulo da Assumpção de Loanda, porque a reconquista se dera na data comemorativa da Santíssima Assumpção de Maria Virgem, no dia 15 de agosto do ano da graça de 1648.

então e o Luuanda porquê que leva O na vez do U? perguntam vossasmercês. ora, elementar meus caros: se os ingleses, que sempre foram uns gentleménes, escrevem bazooka com dois ós e lêem bazuka com u, sendo eles os inteligentes, Luuanda com dois us haveria de ler-se, necessariamente, Luanda com o. mentira?

mas o caso é que aquele nome dava uma trabalheira dos diabos e só arrastava makas.

nas cartas geográficas começava o primeiro problema: como se iria escrever tamanho nome no mapa-múndi, onde todos os países aparecem capiquininos? teria que transvazar-se o minúsculo quadrado de Angola e invadir os Congos, as Rodésias, a Bechuanalândia, o Sudoeste Africano e até a África do Sul, o que provocaria uma maka de todo o tamanho. seria uma guerra aí para trezentos e vinte e sete anos, dois meses e vinte e seis dias. ora, como nessa altura Angola já seria independente, de nada valeria tal empresa.

e os BIs, que tinham que ser desdobráveis, bolso para lhes guardar seria do tamanho do mataco. com os passaportes não haveria problemas de maior uma vez que, para viagens de avião, bastaria aumentar o peso da bagagem permitida para 40 kg e proibir o transporte de animais exóticos para contrabandear, quer se dizer, para contrabalançar o aeroplano.

o pior seria com as cartas de condução: teriam que ser acondicionadas no portabagagens juntamente com o macaco, o pneu de socorro, a mala de ferramentas, o triângulo de sinalização, o colete fluorescente, os jogos de lâmpadas e a grade de cuca ou nocal.

por isso é que, no antigamente, Luanda nunca teve uma fábrica de calçado. imaginem o que seria inscrever na solaria, “produzido na Fábrica de Calçado Makambira na Cidade de São Paulo da Assumpção de Loanda”, só se fosse no sapato 79.

bom-bom seria nas competições desportivas. nos desportos à vela, por exemplo. para inscrever  a sigla do grupo de desportos náuticos – GDNCSPAL -  seria necessário colar um apêndice na vela. desse modo tal coisa sempre cortaria a meta antes da proa, estando o vento de feição. mas, neste acaso, corria-se o risco de o comité olímpico os desclassificar por doping de sinalização.

o problema tornou-se de tal forma grave que a edilidade resolveu agendar uma Assembleia Geral Extraordinária para discussão da maka. foram convocadas todas as forças vivas para a seguinte ordem de trabalhos:

Ponto Único – Análise, discussão e votação da questão da continuidade ou substituição da designação “Cidade de São Paulo da Assumpção de Loanda” como toponímia oficial da cidade de São Paulo da Assumpção de Loanda.

foram também enviados convites às forças desvivas que desejassem assistir a tão transcendente evento, incluindo pretos, mulatos, cabritos, cafuzos, brancos, albinos e mukuankalas, mas sem direito a voto. coisa assim só para inglês ver e também sul-africano, como prova de que ali não havia racismo. os mukuankalas não compareceram por serem visceralmente alérgicos a governos – são eles os mais antigos anarquistas – e também porque são geneticamente claustrofóbicos: sentem-se felizes apenas em savanas e desertos amplos e detestam contentores com portas e janelas.

aberta a sessão o presidente da Câmara logo iniciou as hostilidades com uma proposta luminosa:

proponho que a cidade passe a designar-se CSPAL, das iniciais do seu nome actual.

oh, senhor Presidente, por amor de Deus! que SPAL, que SPEL! já temos a Cuca, a Nocal e a Sbell, vamos agora inventar mais uma marca de bebidas alcoólicas? contrapôs o abade da freguesia da Mutamba.

eu proponho que se utilizem as duas primeiras letras de cada palavra. ficaria CiSaPaAsLu, avançou o vereador do pelouro do urbanismo.

fala-se em bebidas alcoólicas e é o que se vê, letras a dobrar. o melhor seria utilizar cada letra apenas uma vez. o que daria um nome mais pronunciável e pomposo: CISAPLU, ufanou-se o intendente dos sipaios.

nã nã nã... isso é tudo um dislate. vamos para o mais simples, Paulo apenas, ou Assumpção, encabritou-se o Chefe do Estado-Maior do Exército.

alto lá e para a rebita! retorquiu o Comandante da Polícia, Paulo nunca – e por isso estamos aqui - nem por sombras, porque para além de um conquistador esse é também o nome de um meu vizinho que está preso por cumplicidade com o Garrido Kam’tuta sung’ó pé no roubo do jacó da Inácia.1  esse nome já tem os dias contados. oponho-me terminantemente. aliás, proponho até que se tente desvendar se o Dias de Novaes não teria outro nome, a ver se conseguimos varrer esse antropónimo da História da nossa cidade.

estou plenamente de acordo, aconchegou-se o Inspector Provincial da Educação e Cultura, e Assumpção... por muito respeito que eu tenha pela Virgem, cheira a mulher e o nosso burgo deve ser um garanhão. cidade da Assumpção, onde já se viu...

a falta de ideias e as justificações estapafúrdias grassavam de ponta a ponta da mesa. era uma verdadeira pobreza franciscana o que vomitavam aquelas cachimónias. o que levará Luandino a afirmar futuramente: na nossa terra de Luuanda passa as coisas que põe vergonha na gente. Se não for assim talqualmente, será perto disso.

dando razão ao que acaba de ser dito no parágrafo acima, o assunto regressou ao estafado plano das siglas. as propostas foram-se multiplicando: as letras aumentavam de número, diminuíam, mudavam de sítio, saltavam de poiso, voavam, aterravam, atropelavam-se.

CISA... não, que haveria de nascer um arquitecto a quem dariam tal nome e, depois, não faltariam as malínguas a mujimbar compadrios na aprovação dos projectos de construção.

SAPALU... não, que soava a nome de contratado e, provavelmente, viria por aí de malas aviadas a ONU, levantando a questão da independência, o que não convinha mesmo nada.

APLP... pior, mil vezes pior, cheira a movimento terrorista, tresanda a subversão e a comunismo. não, nem pensar... indignou-se o inspector-chefe da Pide, o simples facto de se pronunciar tal nome é, só por si, um acto subversivo.

cento e quarenta e três horas depois a Assembleia embatucou. as forças vivas estavam mais mortas que isso. os assistentes, os desvivos que não foram chamados a pronunciar-se, dormiam a sono solto e roncado. todos menos um sekulo de carapinha branca, o velho Kamukanda, as costas curvadas em cadeiras incómodas, não se sabia se da idade ou do peso de tanta xibadela lançada para a plateia por tão ínclita geração de altos inaptos.

o velho levantou-se e bateu as palmas para ser escutado. todos acordaram e resmungaram quando reconheceram, com olhos ainda mangonheiros, o local onde se encontravam. dirigindo-se à mesa da Assembleia, o cota falou:

vocês é mas-é muito matumbo. antão tanto tempo que’stá se passar nas maka de discutimento é pra quê? nossa terra se chama só é Luanda, ma’nada! Agora vou m’imbora dar o milho na jigalinha. Xal’enu!

assunto arrumado!



agoNia Moitão, o Facada
Póvoa de Varzim | Abril de 2008




notas:
1. Personagens de Luandino Vieira, em “Luuanda”.
aldraba. Aldrabão, mentiroso.
atundua. Aframomum alboviolaceum, planta herbácea e o seu fruto, comestível.
banza. Cidade principal, correspondente a capital, dos antigos reinos angolanos do N; residência do rei ou do soba.
bulunga. Bebida alcoólica de consistência espessa, obtida pela leve fermentação de milho, massango ou massambala.
cabrito. Mestiço filho de pais branco e mulato.
cafuzo. Mestiço filho de pais negro e mulato.
canhangulo. Antiga espingarda de caça de carregar pela boca.
capiquinino. Muito pequeno, minúsculo.
cará. Amendoim.
caporroto. Bebida alcoólica obtida por fermentação do milho. Bastante embriagadora, é originária da região de Malanje.
carcamano. Nome pejorativo dado ao branco sul-africano.
cassumbular. Brincar ao jogo infantil da cassumbula, idêntico ao jogo da estátua, cujo objectivo é a conquista de um objecto ou pessoa. Conquistar, roubar; tirar com manha, astúcia ou ligeireza.
caxipembe. Bebida alcoólica, dos umbundos e ganguelas, resultante da fermentação e destilação de cereais.
chá-de-caxinde. Infusão das folhas  da planta vivaz aromática Cymbopogon citratus, também designado chá-de-príncipe, com propriedades digestivas e utilizado no tratamento de constipações.
cofu. Saquinho tecido de palha, que as mulheres que apanhavam o jimbo usavam a tiracolo. 
cota. Velho, o mais velho, o maior; sábio; superior (em termos hierárquicos); ancião, patriarca; o mais experiente e sábio.
cuca. Marca de cerveja.
dendém. Fruto do dendezeiro ou palmeira-do-dendém, Elaeis guineensis, do qual se extrai um óleo ou azeite muito utilizado em culinária.
dinhungo.
fijá. Feijão.
fuba.  Farinha de mandioca, milho ou massambala.
gajaja. Fruto comestível da gajajeira, Spondias mombin, muito aromático e de sabor agridoce.
gúndi. Leite fermentado, com consistência semelhante à do iogurte, do S e Centro de Angola. Misturado com produtos vegetais ou minerais é cosmético.
jigalinha. Galinhas.
jimbo. Olivancillaria nana, gastrópode marinho univalve com 15 a 18mm de comprimento, concha acinzentada brilhante, podendo apresentar uma variação entre o castanho e o violeta. O seu habitat está limitado à costa de Angola, principalmente às praias de Luanda, Belas, Benguela, Lucira, Namibe, Tombwa, Baía dos Tigres e Foz do Kunene. Moeda de troca que circulou no Reino do Congo.
jimboa. Amaranthus spinosus, planta herbácea espontânea que tem a particularidade de apresentar duas estipulas espinhosas nas axilas das folhas do caule, com valor nutritivo superior ao da couve.
jindungo.  Piri-piri.
jinguba. Amendoim.
kalashe. Designação pop. da espingarda-metralhadora Kalashnikov, de fabrico soviético.
kumbú. Dinheiro, ferro, graveto.
loengo. Fruto do loengueiro, Anisophyllea gossweilleri, semelhante à ameixa.
maboque. Fruto do maboqueiro, Strychnos spinosa, de aspecto semelhante ao da laranja mas de casca muito dura (pericarpo ósseo) contendo inúmeras sementes envolvidas por uma abundante polpa gelatinosa com sabor agridoce ou subácido.
macau. Bebida alcoólica obtida por fermentação da massambala, dos povos do S.
macuta. Antiga moeda que circulou em Angola até à quarta década do séc. passado, com o valor de 30 réis.
maka. Na tradição oral angolana as maka são histórias narrativas de acontecimentos do passado, uns verdadeiros outros de origem lendária ou fruto da imaginação mas que se foram impondo como se de factos reais se tratasse. Conversa decisória, conversação, assembleia pública ou familiar. Altercação, confusão, discussão, problema, sarilho.
maluvo. Malavo, Marufo ou Maruvo, bebida resultante da seiva das palmeiras, principalmente de palmito, bordão e matebeira. É uma bebida muito apreciada no N de Angola onde tem funções sociais precisas, como seja a cerimónia do alembamento, o final de uma maka ou o agradecimento ao voluntariado comunitário nas zonas rurais.
mamão. Variedade de papaia, Carica papaya.
mangonheiro. Indolente, calaceiro, mandrião, molengão, preguiçoso.
massambala. Sorghum spp., variedade de sorgo usada na alimentação, tanto humana como de animais domésticos.
massango. Pennisetum robustum, planta gramínea anual cujo grão é utilizado na alimentação, tanto humana como de animais domésticos. Transformado em fuba é a base alimentar dos povos do SO de Angola, principalmente dos Ambós.
mataco. Bunda, nádegas, traseiro.
matumbo. Provinciano, parolo; estúpido, ignorante, inculto.
mirangolo. Fruto comestível da mirangoleira, Carissa edulis, levemente agridoce, abundante na região da Huíla.
mona-kaxito. Arma de guerra, da categoria de armas pesadas, de fabrico soviético, tecnicamente designada Órgão de Staline; assim designada por ter sido utilizado pela primeira vez na Batalha do Kaxito, em 1975, pelas FAPLA e exército cubano.
múcua. Fruto do imbondeiro ou baobá, Adansonia digitata.
mujimbar. Lançar boatos.
mukuankala. Designação por que são conhecidos, pelos povos bantos vizinhos, os Bochimanes.
nocal. Marca de cerveja.
noncaco. Sandália feita com aproveitamento de pneu de automóvel, própria dos Nhanecas.
noxa. Fruto comestível e muito apreciado da noxeira, Parinari curatellifolia.
pano. Peça de vestuário tradicional das bessanganas de Luanda. Usa-se traçado sobre o corpo, das axilas até a altura do tornozelo. O pano da costa cobre o restante vestuário que inclui o pano-saia, usado atado à cintura e que é também peça de vestuário dos homens muxiluandas.
pau de Cabinda. Pausinystalia spp., árvore cuja casca é usada como estimulante sexual.
quiabo. Fruto do quiabeiro, Hibiscus esculentus, muito utilizado em culinária.
pisa-cocó. Sandália de plástico.
quicuanga. Bolo ou espécie de queijo de mandioca fermentada que se apresenta envolto em folhas de bananeira.
quicuerra. Guloseima tradicional de farinha de mandioca e jinguba, a que se acrescenta açúcar a gosto.
quimbombo. Bebida alcoólica da fermentação do milho, muito embriagadora.
quissângua. Bebida alcoólica obtida por fermentação do milho.
quitandismo. de Quitanda (lugar, banca, tenda ou loja de comércio). Comércio, negócio.
quitoto. Bebida leitosa preparada da fuba de milho ligeiramente fermentada, que é tomada com cola e gengibre, como reconstituinte, logo pela manhã.
Roque Santeiro. Mercado ao ar livre, no Bairro Sambizanga, em Luanda, considerado o maior mercado do género em África. A designação deve-se ao título homónimo de uma novela brasileira que, na altura do surgimento do mercado, na década de 80 do séc. passado, era exibida na televisão angolana.
safu. Pachylobus edulis, arbusto arborescente ou árvore perenifólia cujo fruto, do mesmo nome, a despeito do sabor a terebintina, é comestível e muito apreciado.
Sambo. Famosa família de ervanários estabelecida em Luanda.
sape-sape. Variedade de anona, fruto da anoneira, Annona spp.
sekulo. Ancião, velho; conselheiro do soba; homem respeitável.
sipaio.  Antigo polícia africano adstrito aos Postos Administrativas e esquadras de musseques.
soba. Autoridade tradicional, chefe do quimbo ou sobado; chefe tribal, régulo.
tabaibo. Designa, no S de Angola por influência madeirense, o fruto comestível da figueira-da-índia, Opuntia ficus-indica.
tamarindo. Fruto do tamarindeiro, Tamarindus indica, comestível, com sabor ácido mas levemente adocicado.
uafua. Morreu.
usse. Hibiscus sabdariffa, vinagreira, rosela ou caruru-azedo, é um arbusto anual cujas folhas são utilizadas na alimentação.
xal’enu! Passem bem!
xanato. Calçado velho ou fora de uso.
xibadela. Arroto de bêbedo. Taramelice.
xipoque. Feijão.
zungueira. Vendedora ambulante que negoceia pelas ruas.
  

  

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