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15 de julho de 2012

D. Tareja


As nações todas são mistérios.

Cada uma é todo o mundo a sós.

Ó mãe de reis e avó de impérios,

Vela por nós!



Teu seio augusto amamentou

Com bruta e natural certeza

O que, imprevisto, Deus fadou.

Por ele reza!



Dê tua prece outro destino

A quem fadou o instinto teu!

O homem que foi o teu menino

Envelheceu.



Mas todo vivo é eterno infante

Onde estás e não há o dia.

No antigo seio, vigilante,

De novo o cria!




Fernando Pessoa

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